quinta-feira, julho 19, 2012

Preferência musical

A galera aqui de casa tem suas preferências musicais. A criançada curte música infantil, canções de abertura de desenho e coisa e tal. A Priscila pode contar a preferência dela no blog dela, mas imagino que ela goste das divas do billboard atual e outros ecletismos. Eu não gosto de Funk e Sertanejo. Uso esses estilos pra tirar sarro quando faço composição pra alguém. Tenho respeito pelos cantores desses estilos que no começo, nas suas raízes, se esforçavam para elaborar as letras de suas músicas. Até o final dos anos 90 começo dos anos 2000 se ouvia coisas que mesmo eu não gostando, não se reclamava do nível das letras; Parecia ser de coração. Analise a letra:


Toda vez que eu viajava pela Estrada de Ouro Fino
de longe eu avistava a figura de um menino
que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo:
Toque o berrante seu moço que é pra eu ficar ouvindo.
Quando a boiada passava e a poeira ia baixando,
eu jogava uma moeda e ele saía pulando:
Obrigado boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando
pra aquele sertão à fora meu berrante ia tocando.


Essa é uma regravação do Daniel se não me engano. É uma música com contexto e mesmo não gostando, se ouvia sem reclamar. Hoje o sertanejo e funk e a maioria dos pagodes foi transformado em letras de circo, só para humor. Aqui vão alguns trechos:


"Vai me enterrar na areia?? não não, vou te atolar
Tou ficando atoladinha....calma calma foguentinha" 
(Muito criativo ouvir que o homem vai "enterrar" a mulher na areia da praia)

"tche tchereretche tche tche tche tche tche..é o fulano e você"
(O que ele quer dizer pra mim com esse refrão???)

"Ai se eu te pego ai ai se eu te pego, delicia assim voce me mata
 ai se eu te pego,  ai ai se eu te pego"
(Se pegar vai fazer o quê? Vai molestar a mulher?) 

Sinto vergonha de olhar pro billboard e ver Ai se eu te pego figurar entre as primeiras por semanas. Onde estão as músicas românticas brasileiras e o pop rock? Vários dos bons sumiram.
Com muito bom humor eu anuncio que chegamos ao fundo do poço da música brasileira.
Já ouvimos num passado recente "por debaixo da cordinha ela vai ter que passar" ou "ela gostá du rala-rala, viu a boca da garrafa não aguentô e foi ralá", mas que venha a nova geração de música de baixíssima qualidade que a gente sofre de ouvir sem morrer. 
Depois da tempestade vem a bonança. Não há nada que esteja tão ruim que não possa ficar pior.

Nenhum comentário: